quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nuno Marques Pereira

Nuno Marques Pereira, O Peregrino da América: Foi um padre e escritor de cunho moralista brasileiro do barroco.

A Obra
Sua obra é considerado por alguns um romance, por outros uma novela. A narrativa de Nuno Marques Pereira tem caráter informativo e moralista. Contém diálogos alegóricos que lembram o moralismo espanhol e português, além da da severidade da contrarreforma.
A formação erudita do autor fica evidente nas citações precisas de filósofos tais como Aristóteles, Platão, Diógenes, Cícero e outros pagãos, além dos cristãos Santo Ambrósio, São Tomás, Santo Agostinho e das dezenas de outros padres e santos da igreja, sem falar nas referências a inúmeros personagens da história grega, romana e portuguesa.


Foi o autor de um livro muito lido na época colonial intitulado Compêndio Narrativo do Peregrino da América

Seu livro conta as reflexões e aconselhamento que um peregrino faz aos moradores ao longo do Caminho da Bahia que desde Cachoeira seguia para o sudoeste, levando às Minas do ouro. O peregrino segue de pouso em pouso, hospedando-se em mosteiros, fazendas e hospedarias dos sesmeiros ao longo do caminho, aproveitando para doutrinar sua filosofia conforme se apresentavam oportunidades em torno de casos, histórias e acontecimentos locais. Já salientamos os indícios que nos parecem bastante seguros de que tal viagem foi apenas imaginada. A obra é essencialmente de moral social e ética cristã. A razão da peregrinação do velho é o interesse em analisar as causas das perturbações políticas que nessa época agitava a capitania de São Paulo e Minas, em torno da disputa pelas minas, que os judeus portugueses cristãos novos invadiam e dominavam, em detrimento dos paulistas, os descobridores dessas minas. Essa disputa havia motivado a chamada Guerra dos Emboabas, que o Peregrino da América condena.

A erudição de Nuno Marques Pereira transparece da abundância de citações por toda a sua obra. Seu livro mostra que Nuno Marques Pereira conhecia profundamente a filosofia clássica, pelas citações precisas que faz de Aristóteles, Platão, Diógenes, Cícero e outros pagãos, alem dos cristãos Santo Ambrósio, São Tomás, Santo Agostinho, e dezenas de outros padres e santos da Igreja, e referir-se inúmeros personagens da história grega, romana e portuguesa paralelamente. Muitos nomes citados por Nuno são hoje desconhecidos e de difícil identificação no cenário histórico ou filosófico. Aí está, aliás, uma fonte de objetos de pesquisa que poderá eventualmente revelar algum erudito e autor esquecido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário